El Media Rover

Audiovisualiades, Memória, Interfaces, Arqueologia da Mídia.

Fragmentos do debate sobre interface (“How did we get here?”)

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Uma das sensações mais recorrentes que tenho usando a web guarda semelhanças com uma das características do sonho. Me refiro ao momento em que nos damos conta que estamos na nossa história-sonho mas nunca sabemos como fomos parar ali (ver Inception para mais informações). É exatamente assim que me sinto quando estou parado sobre um texto, um site, vídeo e quebro a “suspensação da descrença” de estar inserido na pretensa  invisibilidade da interface parar me perguntar como encontrei aquele conteúdo.  Com a mania de acumulação ou devir de arquivamento (para evitar uma excessiva auto-crítica) me deparo com diversos papers recolhidos que dialogam com meus temas mais caros (interfaces, web, arqueologia, memória, imagem, audiovisual, yada yada yada) e que em momentos de estudo acabo revisitando.  Uma das dificuldades associadas à mania arquivadora (agora misturando os nomes) é tornar o usufruto do acúmulo (leitura, no meu caso) tão veloz quanto à pilhagem de pdfs, docs, etc.
Bom, não há outro jeito senão começar por algum canto. E, enquanto eu estudava essa resenha sobre 3 livros importantes relacionados à arqueologia da mídia, foi cotejando com outros materiais que tenho e voltei a olhar este artigo: “invisibilities at the interface”.  Ao que parece, trata-se de uma fala feita em um evento chamado “Technologies of Vision” realizado em novembro de 1992 (eu tinha 19 anos recém completados!) em Stanford. A fala-estudo possui várias colocações interessantes que aproximam (muito antes de Manovich, Galloway, etc) uma perspectiva tecnocultural a ideia de interface (ainda que essa expressão não seja usada especificamente) em trechos como:

_inveis

 

Voltei, claro, a googlear o título e vi que estava em uma lista meio bizarra de papers vinculados a este site vinculado a um laboratório “for experimental media”.  Então lembrei que – sabe-se lá como, claro – parei nesse site em 12 de julho de 2012 e enviei a URL para meus colegas Suzana, Tiago e Sonia.

Além do texto em si, a surpresa desse pdf é o seu final no qual surgem trocas de e-mails entre os autores. e-mails que foram impressos para serem lidos e sublinhados e anotados. fragmentos da própria construção do texto.  Esse fato não tinha sido percebido por mim da primeira vez que cheguei neste texto.  Até por que uma das características da coleta arquivística desenfreada deste que vos escreve é adicionar ao “How did I get Here?” o “I will deal with it later”.

Mas nada disso é sonho, é só mostragem-montagem: “The work of memory collapses time.” (Benjamin)

 

 

 

 

 

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